Gestora promete o pagamento recorrente de proventos a um retorno real próximo da variação cambial mais 5% ao ano.

A Kinea Investimentos lançou nesta terça-feira (6) seu primeiro fiagro com exposição direta ao dólar voltado a investidores em geral. A gestora independente com mais de R$ 128 bilhões em ativos sob gestão pretende captar até R$ 1 bilhão com a oferta do ativo voltado a operações lastreadas em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

A partir de R$ 1 mil os investidores poderão acessar a oferta do Kinea Agro Income (KDOL11) que promete o pagamento recorrente de proventos a um retorno real próximo da variação cambial mais 5% ao ano. O produto é isento de imposto de renda (como todo fiagro), além de não ter come cotas (comum entre fundos cambiais).

“Para o investidor, toda a operação será em real. A distribuição mensal dos rendimentos será vinculada às taxas de remuneração das operações, ou seja, o spread em relação ao dólar. Já a variação do dólar é incorporada ao patrimônio dos investidores e será
amortizada no período de desinvestimento”, apontam.

Sobre esse último ponto, quando um ativo é parte integrante do patrimônio do fundo e este é vendido com lucro ou prejuízo, o valor é amortizado aos cotistas. A intenção da Kinea é de que a amortização ocorra da metade para o final do prazo em até sete anos a fim de que o investidor se beneficie da exposição ao dólar no longo prazo. No entanto, a variação cambial será amortizada de acordo com o fluxo de caixa das operações.

Nos estudos de viabilidade do produto, a gestora aponta que o dólar apresentou valorização de 187% entre 2010 e 2023. Quando somada a taxa média buscada, de 5%, essa valorização chega a 464% no mesmo período (13,3% ao ano).

Logo, esse é um investimento voltado à proteção e exposição à moeda norte-americana e não ao maior rendimento em reais entre fiagros.

Entre os riscos está a probabilidade de o dólar se desvalorizar perante o real, podendo o investidor registrar perdas.

Investidas

A equipe de gestão apontou que o fundo será dedicado a operações defensivas, de baixo risco de crédito. Para isso, constarão em carteira apenas exportadoras de grande porte capazes de honrar suas obrigações dolarizadas mesmo em ambientes desfavoráveis para o real, segundo a Kinea.

Os investidores poderão contar com empresas do setor de grãos, algodão, insumos, açúcar e etanol, soja, café e proteína

A emissão atende as novas exigências do governo para CRIs e CRAs uma vez que os ativos que constam na carteira são de fato atrelados a empresas com ligação real ao agro.