A extinção da tarifa antidumping na importação de carne de frango do Brasil pela China, formalizada este mês, beneficia as cooperativas paranaenses, que vinham pagando entre 17,8% e 34,2% de imposto, e pode, inclusive, representar um aumento nas exportações do setor para o mercado chinês. A produção e exportação de carne de frango estão entre as principais atividades do setor cooperativista do Paraná. De acordo com dados do Ipardes, da Associação Brasileira de Proteína Animal, da Secretaria da Agricultura do Paraná, do Sindivavipar e da Ocepar, em 2023, o estado exportou 2,08 milhões de toneladas de carne de frango. Desse total, 1,27 milhão de toneladas foram exportadas pelas cooperativas, o que representa 61% do total, e cerca de 18% desse volume teve como destino a China.
Coasul – Uma das cooperativas que vinha sendo mais prejudicada pela tarifa antidumping é a Coasul, de São João, no sudoeste do Paraná, pagando imposto de 22% na exportação do produto. O acordo antidumping entre Brasil e China foi firmado no começo de 2019. Naquele momento, as cooperativas paranaenses tiveram a imposição de um preço mínimo para exportar e as que seguissem as regras do governo chinês não teriam a incidência do imposto.
Habilitação – Mas a Coasul ainda estava em processo de habilitação, faltando ainda uma inspeção do governo chinês para poder exportar para aquele país. “Por isso, quando conseguimos a habilitação, no final de 2019, a norma já estava em vigor e fomos mais penalizados que as demais cooperativas. Mesmo praticando o preço mínimo, tínhamos que pagar 22% de imposto”, conta o vice-presidente da cooperativa, Paulo Roberto Fachin.
R$ 20 milhões em imposto – Por conta da incidência da tarifa antidumping, só no ano de 2023 a Coasul pagou R$ 20 milhões em imposto para o governo chinês. “Isso impactava o nosso resultado, tirando boa parte da nossa rentabilidade”, observa o vice-presidente. “Para a Coasul, o fim da tarifa foi uma boa notícia. Além de garantir uma melhor remuneração pelo que já exportamos, há possibilidade de ampliar a exportação com mais cortes, como coxa e sobrecoxa que não vinham sendo exportadas para o mercado chinês porque a taxação inviabilizava”, observa.
Cortes específicos – Mesmo com a prática do antidumping, a exportação de frango para a China era interessante para a cooperativa, especialmente porque o país consome alguns cortes específicos que outros mercados não compram, como é o caso dos pés e patas do frango, consideradas iguarias pelo consumidor chinês, conforme explica Fachin.
Principal destino – Na Coasul, são 174 avicultores cooperados que mantêm 284 aviários. A produção é de 165 mil aves por dia. Do total produzido, 50% é comercializado no mercado externo. A China é o principal destino, mas a cooperativa exporta também para o México, Chile, União Europeia, Oriente Médio, Japão, Coreia e Singapura.
Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/granjeiros/371336-china-fim-da-tarifa-antidumpig-sobre-a-carne-de-frango-beneficia-cooperativas-do-parana.html