A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) — que, além das montadoras de automóveis, representa fabricantes de tratores — atribuiu à piora das condições de crédito o ritmo mais lento das vendas de máquinas agrícolas no início do ano.
Conforme a entidade, faltaram recursos com taxas equalizadas pelo Tesouro – ou seja, taxas mais baixas – no financiamento da safra, especialmente ao pequeno e médio produtor rural.
Dados levados nesta segunda-feira (6) pela Anfavea à apresentação de resultados à imprensa mostram que as vendas de máquinas agrícolas, entre tratores de rodas e colheitadeiras de grãos, caíram 13,9% em janeiro, para 3,5 mil unidades.
A comparação é com o mesmo mês do ano passado. Frente a dezembro, a queda foi ainda maior (-43%), neste caso explicada também por efeitos sazonais, já que o mercado costuma perder força na virada do ano.
“Necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção” — Márcio de Lima Leite
“Apesar de estar alinhado como as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção”, resumiu o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, durante o anúncio mensal das estatísticas da indústria automobilística.
Vendas de máquinas agrícolas: dados compilados
Os números divulgados pela Anfavea são de levantamentos realizados por outras duas entidades: a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que representa as concessionárias e divulga mensalmente as vendas de máquinas agrícolas, e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade da indústria de bens de capital, que acompanha os resultados das máquinas de construção. Eles têm defasagem de um mês em relação às estatísticas de veículos divulgadas nesta segunda-feira pela Anfavea, já referentes a fevereiro.
Também houve queda nas entregas de máquinas de construção, que somaram 2,4 mil unidades em janeiro, 14,1% a menos do que o volume do mesmo período de 2022. Em relação a dezembro, o recuo foi de 13,1% no segmento, que engloba equipamentos como retroescavadeiras, pás-carregadeiras e motoniveladoras.