Destaque para as medidas anunciadas por Donald Trump, que impõem tarifas importantes em países que são grandes importadores do agro
Ponto 1: Safra brasileira de grãos 2024/25
Na atualização mensal da Conab, relativa à safra 2024/25 de grãos no Brasil, a produção total elevada de 325,7 (fevereiro) para 328,3 milhões de t, uma oferta que deve ser 10,3% superior à do ciclo passado. Em relação a área, o órgão manteve a projeção do último relatório, de 81,6 milhões de ha, 2,1% maior ou 1,7 milhão de ha adicionais na comparação com 2023/24. Na soja, o relatório de março do USDA veio praticamente inalterado, com as mesmas previsões de oferta tanto em nível global como para os principais produtores: 420,8 milhões de t globalmente (+ 6,5%); Brasil com 169 mi de t (+ 10,4%), Estados Unidos com 118,84 (+ 4,9%); e Argentina com 49 mi de t (+ 1,6%). Os estoques finais, por sua vez, foram reduzidos de 124,4 para 121,4 milhões de t, 8% maiores ou 8,9 milhões de t adicionais. No Brasil, a Conab indica que a produção de soja será de 167,4 milhões de t, acima do estimado em fevereiro: 166,0 milhões de t, quase 13% a mais ou praticamente 20 milhões de t adicionais, devido ao aumento de 1,2 milhão de hectares, chegando a um total de 47,5 milhões de há com produtividade de 3.527 kg/ha, 10,2% superior a registrada no ciclo passado. A finalização da colheita da soja no Brasil e números finais de produção/produtividade é o primeiro ponto a ser observado.
Ponto 2: Desenvolvimento do milho
No milho, a Conab elevou a projeção para a oferta nacional, graças ao avanço do plantio e as condições climáticas favoráveis: de 122 milhões de t (fevereiro), fomos a 122,8 milhões de t (março), 6,1% superior ou 7,1 milhões de t adicionais, feitos em 21,1 milhões de ha, 0,4% menor do que 2023/24 com produtividade de 5.806 kg/ha. A conclusão do plantio da safrinha de milho e a condição de desenvolvimento das lavouras da segunda safra é o segundo ponto a ser observado, talvez o mais importante do mercado neste momento.
Ponto 3: Safra norte-americana de grãos
Abril é o mês em que começam os movimentos relativos à safra norte-americana de grãos (2025/26), com expectativa de área e produção. No relatório de intenções de plantio, o USDA trouxe que a área de soja deve cair 4%, tirando cerca de 5 milhões de toneladas em relação à produção de 2024. Já no caso do milho, a área deve crescer 5%, trazendo 20 milhões de toneladas a mais. Esta será a principal variável que poder “mexer” nas cotações e mercados, a partir de agora. Importante analisar diariamente as notícias.
Ponto 4: Questões sanitárias
Nas carnes, os Estados Unidos registraram o primeiro caso de gripe aviária letal H7N9 em uma granja comercial, algo que não acontecia desde 2017. O cenário acende alertas globais em meio a surtos de outra variante (H5N1) que já afeta rebanhos e humanos, elevando preços de ovos a patamares históricos. A disseminação da doença para outros países e animais pode impactar o setor. Exportações brasileiras vêm vindo muito bem. Sinal de alerta no âmbito sanitário. Acompanhar esta situação seria nosso quarto fator.
Ponto 5: Mercados nacional e internacional
E no cenário econômico, seguir acompanhando a elevação da taxa de juros, os preços dos alimentos, câmbio e inflação. No cenário internacional, analisar os desdobramentos das políticas de Donald Trump. As medidas anunciadas agora no início de abril, colocaram tarifas importantes em países que são grandes importadores do agro. Resta saber como podem reagir, pois caso coloquem tarifas retaliatórias sobre exportações do agro americano, representará oportunidade às exportações do Brasil.