Em relação ao milho, países do bloco devem embarcar 88,4 milhões de toneladas
A safra de soja no Mercosul no ciclo 2024/25 deverá atingir 241,6 milhões de toneladas, superando assim as 221,4 milhões da safra anterior, segundo projeções da Céleres Consultoria.
Com aumento da oferta, a expectativa é de que o bloco exporte 121,7 milhões de toneladas equivalente a 67% das exportações globais de soja, “reforçando a influência da região no direcionamento das condições de mercado e preços da oleaginosa”, disse a Céleres, em relatório.
Ao falar sobre os principais produtores do Mercosul, a consultoria destaca o desempenho do Brasil, onde é esperada uma safra recorde, de 170 milhões de toneladas. A área de cultivo deve crescer 2%, totalizando 47 milhões de hectares.
“Apesar do atraso no começo do plantio do Brasil, a Céleres ainda não estima impactos relevantes na safra de soja”, destacou a consultoria.
No caso da Argentina, também é esperado um aumento na área de soja devido ao cenário de margens sustentadas pelo câmbio desvalorizado no país.
A consultoria prevê aumento de 400 mil hectares na área (2,3%), para 17,7 milhões de hectares, com uma colheita que pode atingir 52,6 milhões de toneladas (+ 4,3%).
“Com a expansão de oferta esperada no Mercosul e a safra cheia nos Estados Unidos no último semestre, os estoques devem se manter em níveis recordes, reforçando o viés baixista para os preços da soja no ciclo 2024/25”, ressaltou a consultoria.
Milho
Segundo a Céleres, mesmo com uma participação muito inferior no mercado do milho quando comparada a soja, o Mercosul possui uma fatia relevante e crescente no mercado do cereal.
Para o ciclo 2024/25, as exportações de milho do bloco devem alcançar 88,4 milhões de toneladas.
“Atualmente, os países detentores de mais de 50% da produção global de milho são Estados Unidos e China. No entanto, nos últimos quatro anos, o Mercosul avançou de um share de 13% para 17% na safra 2024/25”, disse a Céleres, em relatório.
Espera-se que o Mercosul produza 190,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, um aumento de 5 milhões em relação à temporada anterior.
“Apesar desse avanço, os estoques da região devem atingir o menor nível dos últimos três anos”.
A empresa destacou o desempenho da produção de milho no Brasil. Para a safra de verão, a área deve cair 2,5% neste novo ciclo, para 4,2 milhões de hectare. A redução será pautada pela menor rentabilidade quando comparada com a soja.
A safra de inverno, por outro lado, continua com a tendência de crescimento de área com um avanço de 280 mil hectares (1,6%), totalizando 17,6 milhões de hectares.
Na Argentina, devido a aversão a cigarrinha, grande parte da área do milho deve se direcionar ao plantio de soja e trigo no ciclo 24/25. Portanto, espera-se uma queda de 700 mil hectares, com o plantio de 7,1 milhões de hectares.