Os bioinsumos incluem produtos, processos e tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana utilizados na produção, armazenamento e processamento de produtos agrícolas

Em um esforço para impulsionar a agricultura sustentável, o Programa Nacional de Bioinsumos (PNB) surge como uma política pública que visa à busca constante por sistemas de produção agrícola mais equilibrados e amigáveis ao meio ambiente.

Esta iniciativa coloca o Brasil no caminho de uma tendência global de crescente uso de insumos de base biológica, que gradativamente substituirão os tradicionais insumos químicos.

Os números falam por si: na safra 2021-22, os bioinsumos já representaram 28% da área plantada de soja no Brasil, cobrindo 10,5 milhões de hectares. Além disso, 52% da cana-de-açúcar (4,74 milhões de hectares) e 26% do milho safrinha (3,8 milhões de hectares) também adotaram essa alternativa sustentável.

Os analistas projetam um crescimento ainda maior desse mercado, com a estimativa de ocupar 10% do mercado total até 2027, representando um valor aproximado de R$2,9 bilhões.

 

Uma pesquisa global destaca o crescente papel dos bioinsumos na agropecuária. Mais da metade dos entrevistados (58%) já incorporaram produtos biológicos em suas estratégias, e 21% planejam fazê-lo em um futuro próximo.

Essa mudança é impulsionada por fatores como o receio do consumidor em relação a resíduos de pesticidas químicos nos alimentos (72%), o cumprimento da legislação ambiental (48%) e políticas públicas que favorecem o registro e adoção dessas biotecnologias (37%).

Bioinsumos: a definição e variedade

De acordo com o PNB, os bioinsumos incluem produtos, processos e tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana utilizados na produção, armazenamento e processamento de produtos agrícolas.

Esses insumos beneficiam o crescimento e desenvolvimento de plantas e animais, além de modular os mecanismos de resposta biológica. Entre os destaques estão os biopesticidas (alternativas aos pesticidas químicos), bioestimulantes (que incrementam a produção), biofertilizantes (substitutos de fertilizantes químicos), inoculantes e probióticos.

Regulamentação e suporte governamental

O Brasil não apenas segue as diretrizes internacionais, mas também possui sua própria regulamentação moderna para os bioinsumos, visando à segurança e eficácia.

Além disso, o PNB investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação de produtos de base biológica, com linhas de financiamento e crédito para a construção de biofábricas. O aplicativo “Bioinsumos”, desenvolvido pela Embrapa, proporciona acesso fácil e gratuito a informações sobre esses insumos, incentivando seu uso.

Caminhando para um futuro sustentável

Com o Programa Nacional de Bioinsumos, o Brasil está trilhando um caminho rumo a uma agricultura mais equilibrada, eficiente e ecologicamente responsável.

A crescente adoção dessa tecnologia não apenas reduz os impactos ambientais, mas também impulsiona a produção de alimentos mais seguros e saudáveis, alinhando-se às demandas crescentes de consumidores e cadeias produtivas conscientes.