Fazenda localizada no município de Sorriso têm conseguido ganhos extras, ao produzir de forma sustentável, apropriada ao meio ambiente e viável economicamente. Eles fazem parte do Clube Amigo da Terra (CAT), que em Mato Grosso, atinge o número de aproximadamente 200 associados.

Programa de certificação é o tema do episódio 14 do MT Sustentável desta semana.

Cristiano Copini, diretor administrativo da propriedade, conta que foi pelo CAT que conseguiu acessar o programa que certifica a produção de soja da fazenda. Como a empresa já possuía uma cultura voltada à sustentabilidade, ficou mais fácil o cumprimento das exigências.

“Queremos reinvestir o valor que hoje estamos recebendo, seja para o bem estar dos nossos colaboradores, mas também para a produção do nosso produto. Isso faz com que a RTRS seja cada vez mais forte e presente dentro de nossa propriedade”, pontua Cristiano.

De acordo com a coordenadora do CAT, Cristina Delicado, atualmente 32 propriedades rurais integram o grupo Gente que produz e preserva, e precisam seguir uma série de itens, para que consigam comercializar créditos Round Table on Responsible Soy Association (RTRS), traduzindo para o português, créditos da associação de soja responsável.

“O produtor é cercado por 106 itens, no qual, anualmente é auditado, para checagem se todos os itens são aplicados na propriedade”, explica Cristina.

Práticas sustentáveis na propriedade

Na propriedade, são aproximadamente sete mil hectares de cultivo, com soja, milho e feijão, além de pecuária e piscicultura. Recentemente a propriedade passou a ser autossuficiente em energia elétrica, com a instalação de uma usina solar. Além disso, também é feita a gestão de resíduos, com destino correto para cada tipo de lixo. As áreas de proteção permanente foram revitalizadas para proteção de nascentes e cursos d’água.

No campo os cuidados vão além. A aplicação de herbicidas, por exemplo, é feita com pulverizador seletivo, ele só dispara sobre a erva daninha, o que gera uma economia de 70% nos defensivos. Com estes e outros cuidados, cada tonelada de soja colhida, rende um crédito que é comercializado dentro da plataforma do programa de certificação.

“A sustentabilidade passou a ser uma moeda e essa intermediação, essa venda, gera o quê para os produtores? Gerou até hoje mais de US$ 2,5 milhões, que foram repassados para o produtor. O grão, ele comercializa para quem ele quer, é o ganho dele, o crédito é um upgrade, é um valor que ele tem recebido pelas boas práticas agrícolas dentro da propriedade”, ressalta a coordenadora do CAT.

 

Fonte: Canal Rural

https://www.canalrural.com.br/mato-grosso/sustentabilidade-vira-moeda-e-renda-para-produtores-em-mt/